03 outubro 2009

Mais um furo

Enquanto a imprensa contava os mortos do Tsunami em Samoa e do terremoto na Indonésia mais um maremoto no Brasil era discretamente noticiado na Folha: A prova do Enem teria vazado e oferecida pela módica quantia de R$ 500 mil para o O Estado de S. Paulo e para o portal r7.

Por que tentar roubar uma prova praticamente sem valor comercial nenhum? Claro, todos sabem da corrupção que rola por trás de cada concurso nessa terra de tupiniquins, com vagas já garantidas para uma minoria de escolhidos que conhecem alguém que está envolvido com o concurso ou que simplesmente compram a prova. Mas esse não é o caso, estudante nenhum compraria a prova, seria mais lógico comprar uma vaga na faculdade.

Dai entra uma questão muito interessante que como privilegiado pelo Enem, não poderia deixar de levantar. Este ano seria um marco para a prova e para o país. Não pelo fato que todos 11 últimos anos a prova foi organizada pela CESGRANRIO e este ano, pela primeiro vez o consorcio da CONNASEL iria realizar a prova. O mais relevante este ano seria o fato do inicio da unificação do vestibular no país.

Haviam muitos interesses políticos em jogo, não só financeiro, mas também uma revolução na forma de se lidar com a forma de ingresso ensino superior no país. Então como ganhar dinheiro com a prova segundo a mente esclerosada do sujeito que afanou a prova?

Simples! Basta vender para um jornal ávido por furos de reportagem em primeira mão! Mas não contavam com a malemolência de um jornalista diplomado que transformou a venda da prova no mais novo escândalo do Governo sem gastar nenhum centavo (um estagiário teria pago pela prova!). Além de colocar em xeque mais uma vez a seriedade de processos seletivos do país.

Agora as notícias pipocam, como vesículas de varicela, sobre faculdades que não utilizaram a prova do Enem no processo seletivo. Com isso, só temos uma certeza: Lá se foi o sonho de unificação e seriedade nos vestibulares.

E os palhaços não são apenas os estudantes. também somos nós, a sociedade que poderá ter que pagar o prejuízo de mais de R$ 30 milhões...

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