Vai dizer que nunca bateu aquela dúvida do porquê de falarem alguns
ditados populares? Leia abaixo as origens de 25 de ditados muito falados
por aí.
TIRAR ÁGUA DO JOELHO:
Isso ocorreu
na era bíblica, quando um pastor de ovelhas, ao avisar à sua mulher que
iria dar uma mijada, na tentativa de poupar os ouvidos castos de sua
amada, disse: “Maria, vou tirar água do meio das pernas” e a sua mulher,
loira que era, perguntou: ”José, você vai mijar pelo joelho?”
MOTORISTA BARBEIRO:
- Nossa, que cara mais barbeiro!
No
século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de
cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc, e por
não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A
partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao
barbeiro, pela expressão “coisa de barbeiro”. Esse termo veio de
Portugal, contudo a associação de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau
motorista, é tipicamente brasileira.
TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
No
século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao
relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o
cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol.
Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o
anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o
cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a
desistência de alguma coisa.
À BEÇA:
- O
mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do
dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano
Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território
do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.
DAR COM OS BURROS N’ÁGUA:
A
expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que
escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à
Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros,
devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito
difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em
diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um
grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso
naquilo.
GUARDAR A SETE CHAVES:
No século
XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de jóias e
documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro
fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário
do reino.
Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a
ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das
religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo
“guardar a sete chaves” pra designar algo muito bem guardado.
OK:
A
expressão inglesa “OK” (okay), que é mundialmente conhecida pra
significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da
Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam pras
bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa “0 Killed”
(nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo
“OK”.
ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma
história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em
uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou
por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que
Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da
traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A
partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante,
desconhecido e inacessível.
PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A
história mais aceitável pra explicar a origem do termo é proveniente
das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados pra Deus
como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande
apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer,
ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns
meses o garoto morreu.
PRA INGLÊS VER:
A
expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o
Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto,
todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram
criadas apenas “pra inglês ver”. Daí surgiu o termo.
RASGAR SEDA:
A
expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra
pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos
Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua
profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua
beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: “Não rasgue a
seda, que se esfiapa”.
O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em
1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de
Paul D`Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome
Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim
que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o
mundo que ele imagina era muito melhor. Pediu ao cirurgião que
arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no
Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não
quis ver.
ANDA À TOA:
Toa é a corda com que
uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem
leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
QUEM NÃO TEM CÃO CAÇA COM GATO:
Na
verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente
se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando,
astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.
DA PÁ VIRADA:
A
origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está
virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada
decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.
NHENHENHÉM:
Nheë,
em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os
indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os
portugueses ficavam a dizer “nhen-nhen-nhen”.
VAI TOMAR BANHO:
Em
“Casa Grande & Senzala”, Gilberto Freyre analisa os hábitos de
higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das
Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou
de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao
banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não
conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além
de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes
nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses,
abafado em roupas que não eram trocadas com freqüência e raramente
lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então
os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses,
mandavam que fossem “tomar banho”.
A DAR COM O PAU:
O
substantivo “pau” figura em várias expressões brasileiras. Esta
expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados
preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer.
Então, criou-se o “pau de comer” que era atravessado na boca dos
escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estômago dos
infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.
ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM:
Esta
foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século
XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de
seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português. O
capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como
resposta, ouviu do português a seguinte frase: “Vocês que são pardos,
que se entendam”. O oficial ficou indignado e recorreu à instância
superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei
do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o
oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se
explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.
ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA:
Um
de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino
Ovídio (43 a.C.-18 d.C), autor de célebres livros como A arte de amar e
Metamorfoses, que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o
poeta: “A água mole cava a pedra dura”. É tradição das culturas dos
países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de
frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o
provérbio portugueses e brasileiros.
JURO DE PÉS JUNTOS:
- Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.
A
expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição,
as quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados
(juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o
termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.
CASA DE MÃE JOANA:
Significado: Onde vale tudo, todo mundo pode entrar, mandar, etc.
Histórico:
Esta vem da Itália. Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença
(1326-1382), liberou os bordéis em Avignon, onde estava refugiada, e
mandou escrever nos estatutos: “que tenha uma porta por onde todos
entrarão”. O lugar ficou conhecido como Paço de Mãe Joana, em Portugal.
Ao vir para o
Brasil a expressão virou “Casa da Mãe Joana”. A outra
expressão envolvendo Mãe Joana, um tanto chula, tem a mesma origem,
naturalmente.
SEM EIRA NEM BEIRA:
O cidadão não tem eira nem beira. Isso quer dizer que o indivíduo está sem dinheiro, desapercebido.
Pois eira, na verdade, tratava-se de um detalhe no acabamento dos telhados de antigamente.
Possuir
a eira e a beira era sinal de riqueza e de cultura. Os tempos passaram,
no entanto sempre os homens buscam revelar sinais externos de poder e
riqueza. É claro que hoje os acabamentos nos telhados não significam
muito. Talvez o maior sinal exterior de riqueza seja o automóvel. Se for
um importado, está com tudo em cima. Se for uma brasília, bom, aí o
cara está sem eira nem beira.
CHEGAR DE MÃOS ABANANDO:
Os
imigrantes, no século passado, deveriam trazer as ferramentas para o
trabalho na terra. Aqueles que chegassem sem elas, ou seja, de mãos
abanando, davam um indicativo de que não vinham dispostos ao trabalho
árduo da terra virgem. Portanto, chagar de mãos abanando é não carregar
nada. Ele chegou de mãos abanando ao aniversário. Significa que não
trouxe presente ao pobre aniversariante, que terá de se satisfazer
apenas com a presença do amigo.
VÁ SE QUEIXAR AO BISPO:
No
tempo do Brasil colônia, por causa da necessidade de povoar as novas
terras, a fertilidade na mulher era um predicado fundamental. Em função
disso, elas eram autorizadas pela igreja a transar antes do casamento,
única maneira de o noivo verificar se elas eram realmente férteis.
Ocorre que muitos noivinhos fugiam depois do negócio feito. As mulheres
iam queixar-se ao bispo, que mandava homens atrás do fujão.
CUSPIDO E ESCARRADO:
Quando uma pessoa é muito parecida com a outra, geralmente diz "Ele é o fulano cuspido e escarrado!"
Fato
é que "cuspido e escarrado" é uma parodia do verdadeiro ditado que diz
"Esculpido em carrara". Carrara é o famoso mármore italiano onde os
principais mestres escultores do renascentismo esculpiam com perfeicao
varios personalidades da historia. Como estas estatuas eram uma copia
muito perfeita de uma pessoa, o termo "esculpido em carrara" passou a
designar pessoas que sao muito parecidas entre si.
FAZER NAS COXAS:
O
ditado, fazer nas coxas , dizendo que as coisas foram feitas de maneira
errada vem dos escravos que antigamente faziam telhas em suas coxas ,ou
seja usavam suas coxas como moldes, como as coxas de cada escravo era
diferente, os telhados ficavam de maneira bastante disformes quando
colocadas as telhas, logo as pessoas falavam,isso foi feito nas coxas.